quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Interatividade, fator competitivo

Abertura do seminário Media On, de mídia online
Abertura do seminário Media On, de mídia online, debate o crescimento de elementos interativos e a integração de plataformas na produção de conteúdo, seja dos profissionais de comunicação, seja do leitor.

A interatividade, com elementos gráficos, como visualização de dados, ou mesmo recursos multimídias, tem conquistado mais espaço em um dos maiores jornais do mundo, o New York Times. Mas não se trata de meramente incrementar conteúdo. A aposta nesse caminho é uma estratégia para contar melhor histórias e assim conquistar mais leitores.

Esse foi o tema de Aron Pilhofer, editor de interactive News do jornal norte-americano. Ele foi um dos convidados para a abertura do Media On, seminário internacional de mídia online promovido pelo Terra e realizado no Itaú Cultural, em São Paulo. O debate, feito na noite da terça-feira 9, contou também com Susan Grant, vice-presidente da CNN News Service.

Pilhofer fez uma apresentação sobre a construção online de histórias na era dos dados. Sua equipe no New York Times, criada há cerca de três anos, conta com 11 jornalistas e desenvolvedores que estão instalados na redação do jornal, o que ele destacou como sendo muito importante. Esse time atua como uma editoria.

Nos recursos gráficos, a equipe planeja, por exemplo, mapas e sistemas de visualização de dados de forma mais criativa e com mais interatividade a partir de cliques do leitor. Pilhofer salientou que mais do que perguntar o que eles fazem, o que realmente importa é por que eles fazem isso. "Os usuários esperam mais interatividade. Estamos olhando nossos competidores, que são o Facebook e o Twitter. Isso se refere a engajamento com os leitores. É uma questão de sobrevivência", observou.

Ele esclareceu que o trabalho não pode ser uma simples replicação de conteúdo. Ao M&M Online, Pilhofer disse que a equipe não pode atender todos os pedidos dos jornalistas que chegam à área para que se desenvolva conteúdo interativo. Eles atuam conforme alguns critérios e um deles é criar para projetos de médio e longo prazo.

Os trabalhos interativos são, nas palavras de Pilhofer, uma maneira de contar histórias de interesse do leitor sem usar palavras. Um exemplo do que fizeram foi um recurso multimídia, que, por meio de áudio, mostrava ao leitor quanto tempo separava um campeão de uma prova de natação olímpica do segundo colocado. Apenas escrever o tempo não daria a real dimensão de quão rápida foi a diferença entre um e outro. No quadro elaborado pelo time de Pilhofer, o usuário teria de clicar num competidor e um som disparava enquanto botões se iluminavam para ilustrar essa diferença.

Outro exemplo foi a "tradução" de documentos liberados pela organização Wikileaks, com dados militares do governo norte-americano. A equipe de interactive news desenvolveu uma maneira de destacar itens que apareciam como jargões militares. Ao destacar, vinha a informação que esclarecia do que aquilo se tratava.
Na apresentação de Susan Grant, um dos pontos salientados foi a integração das plataformas da CNN. "Somos uma marca global e precisamos nos comportar como tal", disse. Ela falou também do alto nível de colaboração dos usuários. Susan exemplificou essa participação com o iReport, no qual o público posta vídeos trazendo notícias. "Todo mundo pode ser um jornalista".

A executiva da CNN afirmou que em dezembro deverá ser lançado um aplicativo para iPad com uso global. E salientou também o sucesso do aplicativo do iPhone.

Fonte: M&M

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