quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Longe dos olhos (nossos), perto do coração (deles): o carisma das marcas regionais.

A palestra com Jaime Troiano foi bem interessante para nosso mercado, visto que temos uma presença de marcas regionais enorme. Ele tratou da força das marcas regionais e como o eixo RIO-SP não pode viver no etnocentrismo, é preciso olhar a fundo o que acontece em cada região, não se pode dar as costas para a importância das marcas regionais. As marcas nacionais não conseguiram tragar as marcas regionais, porque elas nasceram na região tem predisposição de ser aceita e essa é uma grande vantagem delas. O Brasil não é essa hegemoneidade, cada região é um país com hábitos diferentes.

Jaime mostrou algumas marcas regionais fortes no painel e podemos ver orgulhosamente marcas pernambucanas como a Vitarella, Invicto, Tintas Iquine, Minhoto e Bompreço sendo citadas. Apontou inclusive a pesquisa Marcas que eu Gosto do Diario de PE, onde Vitarella aparece com 76% de preferência entre as marcas de biscoito deixando para trás a Nestlé e outras grandes marcas.
Mas porque elas continuam fortes?
6 razões foram citadas:
Apartheid Tecnológico – as pessoas tem um olhar AB para as regiões quando na verdade devemos olhar para as classes populares. As marcas regionais tem essa força justamente pelo alto consumo das classes CDE.
Segredo Logístico – os produtos são feitos próximos da região de consumo.
Cultura Local – há uma preservação das marcas regionais, identidade.
Confirmação de Presença – para a população são marcas que elas sempre podem contar, estão em todo lugar, sempre próxima delas.
Belonging – hierarquia das necessidades humanas, as marcas regionais não trabalham diferencial e sim integração.
Preservar Identidade – os espaços regionais são diferentes uns dos outros, a única coisa que nos une é a cultura, língua. Por isso as marcas regionais preservam essa identidade local.

Despois de apontar a razões porque nossas marcas e assim como de outras regiões do país continuam forte ele nos trouxe uma pesquisa realizada pela empresa dele em parceira com a Ebit e Elements para vermos se elas são fortes mesmo. Eles fazem uma auditoria da marca que aponta a idealização da marca para os consumidores, a preferência, a familiaridade, rejeição. Dos exemplos que ele trouxe foi apresentado a pesquisa realizada em 3 regiões do país: RS, MG e PE. No Rio Grande do Sul ele nos mostrou a força da drogaria Panvel, em Minas os biscoitos Aymoré e as massas de macarrão Vilma e Amália, todas com altos índices de idealização, que são quando há uma fidelidade, a familiaridade era outro índice muito superior em relação a outras marcas locais e nacionais dos segmentos. Em PE nos mostrou como o cartão de crédito Hipercard é forte na classe CD, há 29% de idealização e 57% de familiaridade. Outra marca pernambucana citada na pesquisa foi a água Indaiá, ela de todas essas 3 regiões e segmentos estudados foi a que teve o maior índice de idealização (58%) e 26% preferência. Todas essas marcas foram apontadas como quentes, amiga, bonita, tem compromisso, confiáveis, cúmplices e tem respeito.

Mas o que as marcas regionais ensinam?
1. O ensinamento do cachorro – eu cuido de você, te entendo, seja assim comigo também.
2. Globalização louco ou local? Temos que buscar a integração no seu local de origem
3. Abaixo o etnocentrismo!
4. Grandes oportunidades
Bom, a palestra em resumo foi muito bacana, ele trouxe esse tema especialmente para as pessoas da região sudeste que não entendem e não sabem trabalhar para “combater” as marcas regionais. Para nós nordestinos temos que continuar o trabalho de valorização das nossas marcas, continuar próxima do consumidor e ser amiga, pois a concorrência está de olho querendo conquistar nosso espaço!



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